12 de agosto de 2016

Assombração



Sou um fantasma
Sou ilusão
Uma aparição
Perdida na escuridão
Não tenho brilho
Não tenho caminho
Sou apenas um flash
Sem alma
Caído nas sombras
Tenho meus mistérios
Tantos quantos que até eu mesmo desconheço
E vivo pensando
Olhando, vigiando
Por frestas ocultas
Letras no chão
Não formam palavras
Estão bagunçadas
Chutadas a esmo
Caindo de livros
Com páginas encantadas
Não sou o discernimento
Em meio aos contratempos
Tento ler em vão
Montar frases
Desmontar as bases desta minha invenção
Inventor de vida
De ilusões perdidas
Como agulhas alfinetadas em meu coração
E meu cérebro pensa
E repensa atos sem me dar a direção
E que sensação posso sentir
Enquanto me sinto uma assombração
Rastejando com a cara no concreto
Lutando para não morar
Definitivamente neste porão...


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